quinta-feira, novembro 07, 2013

A Seleção









Eu sou do tipo de leitora que gosta de ler um pouco de cada coisa. Em disparado meus gêneros preferidos são medieval, fantasia, suspense e policial. No entanto, os romances tem seu lugarzinho no meu coração de pedra. A seleção não foi algo previsto, não me encheu a vista da primeira vez que li a sinopse, mas me deixou curiosa. Em minha mente sarcástica era um livro que iria narrar um BBB onde o prêmio seria um príncipe, e não um milhão de Reais. Pois bem. Eu estava com uma leitura travada, pois havia terminado de reler A fúria dos reis, um livro bem exaustivo. Não queria ir pra outra leitura igualmente cansativa e demorada, por isso quando estava no consultório médico esperando ser atendida, liguei o kindle e comecei a ler A Seleção. Foi o suficiente para fazer com que eu me apaixonasse.



A seleção
Título Original: The Selection
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 368.

Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.

Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.

Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

Resenha:  Quando se pensa em história de príncipes e princesas, a primeira coisa que vêm em nossas lembranças são os clássicos da Disney: Cinderela, A Bela Adormecida, A Pequena Sereia. Todas as princesas amáveis, corajosas a seu próprio modo, que souberam lidar com as dificuldades impostas durante aquelas fábulas que nós tanto aprendemos a amar conforme crescíamos.

Pois bem, quando peguei A Seleção para ler, não fazia ideia do que me aguardava quando fosse passando as páginas. No primeiro momento me deparei com América, protagonista que me apaixonei logo de cara. Isso não é uma coisa comum, mas o modo como a escritora construiu a personagem me encantou. Digamos que eu estou farta de mocinhas que são magrelas, ossudas e se acham feias, mas que ironicamente os rapazes mais bonitos da história se apaixonam por elas e não se importam com nada mais. Honestamente, eu acho forçada essa coisa de fazer a protagonista ligeiramente desfocada e sem sal, só para a leitora se identificar mais com ela. Eu não gosto disso. E América foge desse conceito batido, mesmo que indiretamente.

Somos apresentados a uma distopia, onde a nação de Illéa (outrora Estados Unidos), estava iniciando os preparativos para "A seleção" que nada mais é que um evento promovido pela coroa que decidirá entre 35 garotas, a futura princesa (e consequentemente rainha) de Illéa! Parece ótimo, não? Pois bem, veremos. Paralelamente a isso, também começamos a conhecer sobre a história do universo apresentado na série. Illéa é um país recente e por algum motivo após o término da quarta guerra mundial, a sociedade foi dividida entre Oito castas. Os Um são os membros da família real, enquanto os Oito sequer tem direito a receber o mínimo de educação. Não é necessário ler muito do livro para perceber quão injusto é esse sistema de castas. Pois bem, dito isso nós conhecemos América, a protagonista da história.

América Singer é uma Cinco, e estes são os artistas. Cabem a eles fazer esculturas, pinturas ou praticar instrumentos musicais, cantos ou quaisquer atividades relacionadas com a arte. No entanto, que fique claro uma coisa: Isso é imposto. Não adianta se você é um Cinco e quer jogar bola (como é o caso do irmão mais novo da América). Você simplesmente não pode, não tem opção. Mas nossa protagonista gosta de ser musicista, gosta de tocar por horas em seu violino e ama cantar. América é conformada com o seu mundinho e não é ambiciosa quanto ao seu futuro, diferente de sua mãe, que sonha que a filha faça um bom casamento, de preferência com o Príncipe. Porque não? A Seleção está para começar e qualquer moça pode se inscrever, pertença ela a qualquer casta.

Porém, nossa protagonista de cabelos ruivos e selvagens não quer ser princesa, não quer ser uma Um. Está acostumada e também conformada com a sua situação. E embora a mãe tentasse convencê-la de todas as formas possíveis, não obtêm sucesso; apenas uma pessoa foi capaz de mudar o pensamento de América, e esse era ninguém menos que Aspen, seu namorado secreto.

Aspen é um Seis, que são os trabalhadores braçais. Fazem todo o tipo de serviço pesado e ainda sim, recebem bem pouco. Aspen apesar disso é um rapaz esforçado, apaixonado por América e também provedor de sua família. Com vários irmãos e o pai falecido, ele se sente responsável pela renda da família, fazendo o possível e trabalhando exaustivamente para terem ao menos o que comer. Mas ainda assim, ele e América estão apaixonados. Ela, mais que disposta para se casar com Aspen, apenas ansiando por seu pedido. Mesmo a vida de um Seis sendo bem mais difícil que a de um Cinco isso não importa para América, ela e Aspen são um só.

É necessário muito jogo de cintura e uma boa lábia, mas Aspen consegue convencer América a se inscrever na Seleção. Segundo o mesmo, não aceitaria a ideia de que ela poderia ter entrado, mas que por conta dele não tentou sequer se inscrever. Sem contar que América havia recebido uma oferta de sua mãe, onde receberia metade de todos os seus pagamentos, e a outra ficaria para ajudar os pais nas despesas da casa e dos irmãos. Tentada com a oferta da mãe, pois com essa ajuda iria juntar dinheiro para a pequena festinha de casamento com Aspen, somado ao pedido suplicante dele, América resolve se inscrever.

O que ela não contava, claro, é que seria escolhida.

Então finalmente começa a desenvolver a história. América vai para a Seleção a muito contragosto e com o coração partido, mas não lhe resta escolha. Não queria deixar a família para trás, mas sabia que eles precisariam de sua ajuda. Não queria deixar Aspen. A ideia que América tem sobre a Seleção não é nada do que ela queria para ela; para começo de conversa, sequer queria brigar por Maxon, o Príncipe ou tampouco pela coroa.

América e todas as outras trinta e quatro garotas são levadas ao Castelo e lá conhecem a família real pessoalmente e logo tem início a disputa pelo coração do herdeiro da coroa. Para América que desde o começo o choque foi imenso; dias atrás era uma Cinco que ganhava mixaria e que mal dava para alimentar a família, no outro, só por ter conseguido entrar n’A seleção se tornou uma três e passa a ter todo o conforto possível. Passa a ter criadas, refeições deliciosas e a participar de bailes, recebe aulas de etiquetas... tudo o que ela nunca teria direito por ser uma Cinco.

Durante todo o livro, as castas são citadas e é interessante o modo com que a escritora organizou tudo. Não é algo que se espere encontrar num livro que aparenta se resumir a uma disputa por um príncipe. Kiera soube aprofundar em poucas páginas não só A Seleção, mas também os dramas de Illéa e seu povo; as necessidades, casos isolados que vemos no decorrer do livro.

Por outro lado, para mim ela pecou em não explorar bem todas as candidatas. Achei desnecessário colocar 35 candidatas e não trabalhar na personalidade de todas; algumas nós sequer chegamos a saber o nome ou a casta.

A capa do livro é magnífica, uma das mais bonitas que já vi esse ano. Também é leve, as folhas são amarelalas. A história flui de um jeito natural e rápido. Li o livro de um dia para o outro pela leitura descontraída e gostosa. Recomendo a quem gostar do gênero, pois irá gostar. Eu me surpreendi, não é o meu gênero favorito, mas a série d’A Seleção sem dúvidas ganhou um lugar em meu coração.

Em breve irei resenhar A Elite, então fiquem de olho!


Xero, Duddah. :*

Lorem Ipsum

Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos, e vem sendo utilizado desde o século XVI, quando um impressor desconhecido pegou uma bandeja de tipos e os embaralhou para fazer um livro de modelos de tipos. Lorem Ipsum sobreviveu não só a cinco séculos, como também ao salto para a editoração eletrônica, permanecendo essencialmente inalterado. Se popularizou na década de 60, quando a Letraset lançou decalques contendo passagens de Lorem Ipsum, e mais recentemente quando passou a ser integrado a softwares de editoração eletrônica como Aldus PageMaker.